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por Anderson Black
Imagine que isto que chamam de cultura é uma forma viva,
que se modifica de acordo com tudo o que se modifica,
de acordo com os ventos, que são ventos criados pelos povos,
que são fornos de criação coletiva,
de uma raiz tirada do caldo de uma consciência compartilhada,
e que são vozes vindas de uma mesma terra.
História de qualquer guerra, contra qualquer fera que queira devorar um povo como uma presa cega no meio-dia escuro que se encaminha na noite dentro de outra noite, de outra noite, outra noite, noite.
Imagine a nossa história como algo vivo dentro dos nossos ossos.
A experiência, degustada até a tormenta de uma identidade absoluta, é como um esqueleto, cuja carne não negará a memória do qual foi feita, do qual se sustenta.
A experiência coletiva e individual pode se transformar num esqueleto simbólico.
Uma imagem, frase, gesto, geografia, viagem, batalha, pessoas, animais, pessoas-animais, animais-pessoas, sonhos oraculares, sonhos da razão e da desrazão.
Tenho a imagem da minha experiência coletiva sintetizada, experiência-limite:
Um Navio navegando num Mar de Areia.
Navio Nomade navegando junto com outros navios que representam outras forças sociais e históricas.
O próprio Mar de Areia é uma representação do nosso tempo.
Tempo esse de encruzilhadas fatais.
O Navio Nomade seria resultado de uma manifestação popular capaz de navegar para além do Mar de Areia rumo as verdadeiras águas?
NANANO_AS NARRATIVAS DO NAVIO NOMADE
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